Desde o dia 6 de fevereiro, a Glesp está sob o malhete de um novo Grão-Mestre. O encarregado de conduzir a Potência Maçônica durante o período eleitoral e dar posse ao novo principal dignitário da instituição é o irmão Silvio José Izepom. Natural de Araras, o Sereníssimo Grão-Mestre Silvio José Izepom reside no oriente de Santa Cruz das Palmeiras. Empresário do ramo ótico, é casado com Rosangela de Fátima Murer Izepom, pai de Bruno e Danilo e tem um neto chamado Mateus.
Sua vida maçônica teve início em abril de 1999, quando foi iniciado na Loja Filhos da Luz, 223, Oriente de Santa Cruz das Palmeiras. Lá, galgou praticamente todos os cargos na loja simbólica, até chegar a Venerável Mestre. Nessa época, o irmão Silvio José Izepom já participava dos Altos Graus, na 14ª Região. Integra, ainda, os Capítulos do Real Arco Alta Mogiana, em Ribeirão Preto, e Cruzeiro do Sul, em Pirassununga. É Mestre Maçom da Marca e participa da loja de Nautas, em Campinas, e dos Templários, em Araraquara.
Na administração da Glesp, o irmão Sílvio José Izepom já atuou como Delegado Distrital e, posteriormente, Delegado da 14ª Região, ocasião em que conheceu o Past Grão-Mestre Jorge Haddad. Devido às muitas afinidades, acabou concorrendo como Grande 1º Vigilante na chapa que elegeu o mandatário da Glesp para o triênio 2022-2025.
O Grão-Mestre Silvio José Izepom concedeu entrevista par a revista A Verdade em Destaque, durante a qual contou um pouco mais sobre como tem sido o seu dia a dia à frente da maior Potência Maçônica do Hemisfério Sul e quais as suas expectativas para um mandato de cerca de quatro meses. Confira a seguir.
A Verdade em Destaque: A sua vivência nos diferentes cargos da administração da Glesp deu o suporte necessário para o seu mandato ou são situações muito diferentes?
Grão-Mestre Silvio José Izepom: Devido à renúncia do Grão-Mestre Jorge Haddad e do Grão-Mestre Adjunto Joaquim Domingues Filho, que irão concorrer à eleição da Glesp, assumi o cargo no período de fevereiro até junho. Em nossas lojas, estamos preparados para uma outra situação completamente diferente de uma administração da Glesp. É uma instituição muito grande, com um número enorme de irmãos e de lojas, e isso requer muita responsabilidade. No trabalho em loja e na nossa região, conhecemos todos os irmãos pelo nome, os problemas são diferentes. Aliás, os problemas das oficinas maçônicas do interior são totalmente diferentes dos problemas das lojas da capital. Por exemplo, são raras as lojas no interior que pagam aluguel, a maioria tem prédio próprio. Então, quando precisam de uma reforma, reúnem o pessoal, organizam uma festa, e pronto. Outro problema que existia era quando precisava de algum documento da Secretaria Geral, o irmão tinha de se deslocar até a capital, isso na época dos papéis. Mas hoje, esse problema acabou graças à informatização da Glesp. Já o irmão da capital vinha direto na fonte, digamos assim, visitava a Glesp e resolvia tudo mais rapidamente. Na capital, os problemas estão mais relacionados à locomoção, logística de templo alugado, entre outros.

AVD: Após dois meses no cargo, como tem sido essa nova etapa da sua vida maçônica e qual o principal desafio que o senhor tem enfrentado?
GM: Tem sido um aprendizado de vida, porque eu sinto falta das visitas às lojas da região, das Sessões de Iniciação, Elevação e Exaltação. O cargo de Grão-Mestre não me dá mais condições de participar dessas reuniões. Temos muitas lojas fazendo 25 anos, 50 anos, entregando Títulos de Maçom Emérito e Maçom Provecto, mas a agenda do Grão-Mestre é diferente, o estado de São Paulo é muito grande, temos de viajar muito, então mudou minha rotina. Quando eu assumi, confesso que fiquei meio perdido, mas depois eu vi o nível da equipe que trabalha aqui na Glesp, cada um sabe muito bem o que precisa ser feito, não “caiu ninguém de paraquedas”. A competência da equipe me deu uma segurança extremamente grande. Ainda estou me adaptando, entendendo cada vez mais como funciona a máquina, que é poderosa, mas ao mesmo tempo delicada, então, se você não souber trabalhar, “espana a rosca”, como diz o caipira.
AVD: O senhor está à frente da Glesp justamente na fase das eleições. O que o senhor espera desse processo eleitoral?
GM: Eu acredito que já começamos bem, porque as três chapas foram homologadas pelo Tribunal Eleitoral Maçônico sem nenhum problema. Se isso não acontecesse, o processo eleitoral poderia virar uma batalha judicial. Na Assembleia Geral, eu deixei bem frisado que precisávamos ter uma eleição de nível alto, porque como a Maçonaria é muito visada no mundo profano, as pessoas têm acesso pela mídia de determinados assuntos, e fica difícil explicar como funciona a nossa eleição, que é diferente das eleições fora da Ordem. Na minha opinião, o processo eleitoral está transcorrendo de uma maneira normal, sem muitos embates jurídicos, que são normais, pois sempre existe um irmão ficou magoado por conta de algum fato, quer saber de uma situação que já foi resolvida. Eu só peço que o irmão que vencer tenha muito carinho pela Glesp, porque ela merece. É uma instituição muito forte, vejo as correspondências que chegam à Grande Secretaria de Relações Exteriores que demonstram que o mundo inteiro tem um carinho muito grande pela Glesp. Então, nós, que somos maçons, glespianos, se não mantivermos esse carinho, vai ser um grande problema, nós mesmos iremos depor contra nossa instituição.
AVD: Particularmente, qual a sua principal missão e seu principal objetivo até o final do seu mandato?
GM: Neste momento, meu objetivo é manter a máquina funcionando, sem deixar nenhum problema para a nova administração que irá assumir, tentar dar o melhor de mim para estar presente. Já que é curto esse período, eu quero me dedicar ao máximo à Glesp, porque eu sou empresário, também tenho questões pessoais para resolver, então preciso saber dividir e aproveitar bem esse tempo. Acredito que estamos indo bem, seguindo por um caminho que já foi traçado, que tem início, meio e fim, e não adianta, nesta altura dos acontecimentos, querer inventar muita coisa, não. Os irmãos estão focados nas eleições, então não cabem grandes projetos, pois aqueles que já foram traçados pela administração do Grão-Mestre Jorge Haddad estão indo “de vento em popa”, a maioria deles com o status de “missão cumprida”.
AVD: O que a Maçonaria representa para o senhor e o que ela mudou em sua vida, na sua postura como ser humano perante a sociedade, como cidadão e empresário?
GM: Não consigo me ver sem a Maçonaria. Tenho uma tríade que eu sigo muito bem, que é Deus – Família – Maçonaria, e disso eu não abro mão. Acredito que seguindo essas três balizas, não erramos. Muito irmãos não conseguem entender que a Maçonaria é perfeita, sim, é o maçom que está procurando essa perfeição, quem precisa se aperfeiçoar é aquele homem que está dentro do terno ou do balandrau. Se nós seguíssemos os nossos rituais da maneira como precisam ser seguidos, não teria erro. Somos humanos, falíveis, então, às vezes, saímos um pouco do caminho, e para voltar é tortuoso. E eu falo isso não me referindo a coisas grandes, isso acontece dentro da própria ritualística, se abrimos mão de alguma coisa hoje, ela faz falta na outra sessão. Eu me vejo bem velhinho, tendo dificuldade para entrar na loja, mas eu vou estar lá.
Editorial do Sereníssimo Grão-Mestre Março/Abril 2025

Chegamos ao fim do nosso pleito eleitoral na Glesp. Encerramos não apenas uma etapa administrativa, simbolicamente, lustramos as colunas que doravante sustentarão um novo ciclo institucional. Este é o momento de refletir, à luz dos princípios da Arte Real, sobre os rumos que se anunciam e valores que devem orientar cada passo de uma honrada gestão. Àqueles que foram conduzidos ao exercício da liderança por....
Continue lendo